Dr Quelson Coelho – Gastroenterologista e Hepatologista

  • Chadwick Boseman estrela do filme Pantera Negra morreu de Câncer Colorretal aos 43 anos.
  • O ator foi diagnosticado com Câncer Colorretal de estágio 3 em 2016, e acabou progredindo para o estágio 4.
  • A morte de Boseman destaca o aumento das taxas de Câncer Colorretal nos jovens.

Com apenas 43 anos de idade, Chadwick Boseman, estrela do filme Pantera Negra, morreu de Câncer Colorretal em sua casa com sua esposa e família ao seu lado, de acordo com uma mensagem compartilhada em sua página do Instagram.

Ele foi diagnosticado com Câncer de Cólon estágio 3 em 2016, e acabou progredindo para o estágio 4. Os Cânceres Colorretais, que incluem Câncer de Cólon, são o segundo câncer mais comum diagnosticado em homens e mulheres no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA).

O INCA estima que mais de 40.610 novos casos de Câncer Colorretal serão diagnosticados este ano.

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“É com imensurável pesar que confirmamos a morte de Chadwick Boseman”, disse o post. “Um verdadeiro lutador, Chadwick perseverou em tudo isso, e trouxe a você muitos dos filmes que você tanto amou”. De Marshall a Da 5 Bloods, Vingadores: Ultimato, Vingadores: Guerra Infinita e vários outros filmes, todos filmados durante e entre incontáveis cirurgias e quimioterapia”. O post também disse que foi “a honra de sua carreira trazer o Rei T’Challa à vida no Pantera Negra”.

Várias pessoas nos comentários escreveram que o ator tinha “ido embora cedo demais”. Infelizmente, a morte de Boseman por Câncer Colorretal em uma idade jovem não é rara. Enquanto a taxa na qual as pessoas são diagnosticadas com Câncer Colorretal no Brasil está caindo entre pessoas com 65 anos ou mais, ela está aumentando entre as pessoas mais jovens, segundo dados do INCA.

Na verdade, estima-se que 12% dos casos de Câncer de Cólon – cerca de 5.000 – serão diagnosticados em pessoas com menos de 50 anos de idade.

Por que as taxas de Câncer Colorretal e as mortes estão aumentando nos jovens?

Pesquisas mostram que as taxas de Câncer Colorretal em adultos com menos de 50 anos têm aumentado desde meados dos anos 80, e os grupos etários mais jovens têm visto os aumentos mais acentuados.

Um estudo de 2017 publicado no Journal of the National Cancer Institute constatou que as pessoas com menos de 55 anos têm 58% mais probabilidade de serem diagnosticadas com Câncer de Cólon em estágio tardio do que as pessoas mais velhas.

Isto se deve “em grande parte ao acompanhamento tardio dos sintomas, às vezes por anos, porque o câncer normalmente não está no radar dos jovens adultos ou de seus provedores”, escreveram os autores.

Para uma pessoa aparentemente saudável na casa dos 30 anos, por exemplo, os primeiros sinais de alerta da doença – como dor de estômago, gases ou movimentos intestinais incomuns – podem ser muito mais parecidos com outros problemas gastrointestinais do que o câncer, levando a testes tardios.

Os especialistas ainda estão tentando descobrir quais fatores ambientais, genéticos e de estilo de vida subjacentes poderiam desempenhar um papel no aumento do Câncer Colorretal nos jovens.

Alguns fatores que aumentam o risco de Câncer Colorretal são:

  • Obesidade
  • Diabetes tipo 2
  • Doença inflamatória intestinal
  • Dieta rica em carnes vermelhas ou processadas
  • Tabagismo
  • Histórico familiar de pólipos colorretais

Também é importante observar que existem disparidades raciais.

Os afro-americanos têm uma das piores taxas de sobrevivência ao Câncer Colorretal de qualquer grupo racial ou étnico nos Estados Unidos, segundo um relatório da American Cancer Society (ACS) de março de 2020. “As taxas de Câncer de Cólon são cerca de 20% maiores nos negros do que nos brancos não-hispânicos, mas as taxas de mortalidade são quase 40% maiores nos negros”, afirma o relatório. “Entre os nativos do Alasca, as taxas de mortalidade são cerca do dobro das dos negros”.

Uma revisão da pesquisa de 2016 sugere que o aumento da probabilidade de descobrir um Câncer de Cólon avançado nos afro-americanos poderia ser devido a menores taxas de triagem nas minorias, a doença se apresentando em um estágio posterior, mais difícil de tratar, ou acesso inadequado aos cuidados de saúde.

Quais são os sintomas do Câncer Colorretal?

A detecção precoce dos sintomas do Câncer Colorretal é crucial. De fato, a taxa de sobrevivência ao Câncer Colorretal é de cerca de 90% se for detectado nos estágios iniciais, quando o câncer não se espalhou para outras partes do corpo.

Estes são os sinais a serem observados:

  • Mudança nos hábitos intestinais, incluindo diarréia, constipação, ou estreitamento das fezes, que dura mais de alguns dias
  • Sensação de evacuação incompleta
  • Sangramento retal
  • Fezes escuras, ou sangue nas fezes
  • Cólica ou dor de estômago
  • Fraqueza e fadiga
  • Perda de peso involuntária

Como evitar o Câncer Colorretal?

A Sociedade Brasileira de Coloproctologia: SBCP atualmente recomenda que pessoas de risco médio comecem a triagem aos 45 anos de idade, enquanto as pessoas com histórico familiar da doença ou outros fatores de risco devem falar com seu médico sobre a triagem mais cedo.

O câncer pode ser prevenido durante a triagem de colonoscopias onde pólipos pré-cancerosos podem ser removidos antes que tenham a chance de progredir para o câncer

Os cânceres colorretais detectados na triagem são mais prováveis de serem precoces e curáveis em comparação com os cânceres detectados em um exame feito para detectar sintomas relacionados ao tumor.      

Os esforços devem ser focados em melhorar as taxas de triagem, reconhecer e mitigar os fatores de risco, aderir a intervalos baseados em evidências para a vigilância colonoscópica e melhorar a qualidade da colonoscopia.          

Câncer Colorretal

5 dicas para evitar Câncer Colorretal

 1. O câncer colorretal tem maior risco de aparecer em pessoas idosas:

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima 40.600 novos casos por ano, com cerca de 14.000 mortes anualmente no Brasil.  A incidência aumenta após os 50 anos de idade e a maior incidência está entre os 65 e 74 anos

2. O câncer colorretal está associado a:
  • Dieta pobre em fibras
  • Fatores hereditários
  • Presença de pólipos intestinais
  • Exposição de longa data a agentes tóxicos
3. O fatores de riscos que estão associados a doença são:
  • Idade acima de 45 anos
  • Dieta pobre em fibras
  • Passado de câncer de mama ou ginecológico
  • História familiar de câncer colorretal ou pólipos adenomatosos
  • Passado de câncer colorretal ou pólipos adenomatosos
  • Ser portador de doença inflamatória intestinal (colite ulcerativa ou doença de Crohn).
4. Medida preventivas e diagnóstico precoce pode salvar vidas:
  • Adotar dieta rica em fibras e baixa em gorduras
  • Introduza alimentos ricos em cálcio e com vitaminas C, A e D
  • Considere a possibilidade do uso de suplementos
  • Faça exames periódicos para detectar a doença precocemente
  • Reduza o consumo de gorduras para menos de 30% das calorias ingeridas/dia
  • Procure manter uma média de 25 a 30 gramas de fibras/ dia, incluindo vários vegetais, farelos, grãos e frutas
  • Diminua o consumo de álcool ou pare se possível
  • Diminua o consumo de alimentos condimentados, defumados ou secos (charque e carne de sol)
5. Procure seu médico para:
  • Exame para pesquisa de sangue oculto nas fezes a cada ano a partir dos 45 anos de idade
  • Colonoscopia a cada 3-10 anos (dependendo dos achados) a partir dos 45 anos de idade
  • Iniciar precocemente os testes se tiver algum familiar com história de câncer colorretal.

Fonte: www.uptodate.com

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https://drquelsoncoelho.com.br/cancer-gastrico/

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